sábado, 17 de março de 2012

Drogas. Dependentes. Pedidos de auxílio-doença

LUIZ FLÁVIO GOMES
Áurea Maria Ferraz de Sousa
 
O número de pedidos de auxílio-doença e consequentes afastamentos dos dependentes químicos preocupa o governo.
Dados apresentados pela Folha  trazem os resultados desta expectativa negativa para os cofres públicos.
Em 2011, 124.947 auxílios-doença foram concedidos a dependentes químicos e isso custou R$ 107,5 milhões para o governo. São pessoas que deveriam estar contribuindo para a Previdência, mas que estão “consumidas pelas drogas”, expressão usada pelo ministro da Previdência Social Garibaldi Alves. Se todo esse dinheiro fosse gasto com a prevenção muito provavelmente outro seria o cenário.

Vale lembrar que a Lei de Drogas trata do assunto como questão de saúde pública. Em tese, o Sisnad (Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas) deveria promover medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas.
Mas o que se vê é o mais completo descaso público (e da própria sociedade, de um modo geral) com o problema. O que chamam de “limpeza” em algumas cracolândias, na verdade, apenas migra o usuário de um lugar para outro. Isso não é solução para o gravíssimo problema dos chamados por Bauman de “refugos humanos” (ou lixo humano), que sempre existiram, mas que agora, com o modelo capitalista vigente, estão aumentando assustadoramente no mundo todo. O que fazer com os desempregados (que não arrumam emprego), marginalizados, drogados etc.? Esse é um dos graves problemas que o modelo capitalista vigente não está conseguindo achar solução. Enquanto políticas preventivas efetivas não forem concretizadas, vamos continuar perdendo nossa qualidade de vida.

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