Áurea Maria Ferraz de Sousa
O número de pedidos de auxílio-doença e consequentes afastamentos dos dependentes químicos preocupa o governo.
Dados apresentados pela Folha trazem os resultados desta expectativa negativa para os cofres públicos.
Em 2011, 124.947 auxílios-doença foram
concedidos a dependentes químicos e isso custou R$ 107,5 milhões para o
governo. São pessoas que deveriam estar contribuindo para a Previdência,
mas que estão “consumidas pelas drogas”, expressão usada pelo ministro
da Previdência Social Garibaldi Alves. Se todo esse dinheiro fosse gasto
com a prevenção muito provavelmente outro seria o cenário.
Vale lembrar que a Lei de Drogas trata do assunto como questão de saúde pública. Em tese, o Sisnad (Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas) deveria promover medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas.
Vale lembrar que a Lei de Drogas trata do assunto como questão de saúde pública. Em tese, o Sisnad (Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas) deveria promover medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas.
Mas o que se vê é o mais completo descaso
público (e da própria sociedade, de um modo geral) com o problema. O
que chamam de “limpeza” em algumas cracolândias, na verdade, apenas
migra o usuário de um lugar para outro. Isso não é solução para o
gravíssimo problema dos chamados por Bauman de “refugos humanos” (ou
lixo humano), que sempre existiram, mas que agora, com o modelo
capitalista vigente, estão aumentando assustadoramente no mundo todo. O
que fazer com os desempregados (que não arrumam emprego),
marginalizados, drogados etc.? Esse é um dos graves problemas que o
modelo capitalista vigente não está conseguindo achar solução. Enquanto
políticas preventivas efetivas não forem concretizadas, vamos continuar
perdendo nossa qualidade de vida.
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