Mais uma vez esquecidos do passado - passado recente, diga-se -, saem os petistas a festejar a decisão do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que arquivou os pedidos de investigação feitos pela oposição para o enriquecimento meteórico do ministro Antonio Palloci, como se esta pudesse ser a palavra defintiva sobre uma questão que está longe de ser esclarecida.
O procurador não viu nada que incriminasse o ministro, mas foi sigiloso em seu parecer. Não trouxe a públicos fatos que tranquilizassem a nação, possibilitando aos céticos o entendimento de que, pela natureza de sua função, deve ser vedada a recondução ao cargo, que depende exclusivamente da vontade da presidente Dilma Rousseff, ou seja, de parte interessada no processo.
Os petistas condenavam, com total procedência, as ações do antigo procurador-geral Geraldo Brindeiro, que engavetando e arquivando só permitiu que prosperassem menos de 10% das representações que lhe foram encaminhadas durante o governo Fernando Henrique Cardoso.
Ganhou, na época, a alcunha de "Engavetador-geral da República", enquanto o egrégio órgão passou a ser chamado "Procuradoria Geral... do Brindeiro", tal era a autonomia facciosa com que o titular deliberava. Mas isso não vale mais nada. O poder mudou de mãos, e a arbitrariedade também.
Luís Augusto Gomes.

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