JORNAL DO COMMERCIO (PE)
12/4/2012
Há muito tempo o Brasil não esteve tão mais próximo dos Estados Unidos como neste encontro da presidente Dilma Rousseff com o presidente Barack Obama. Formalmente – de acordo com os comunicados diplomáticos sempre muito cautelosos na definição de agendas –, seria apenas uma retribuição à visita que o dirigente norte-americano fez ao Brasil. Na realidade, porém, essa viagem representa um avanço significativo em todas as áreas. Talvez a menos expressiva tenha sido a pauta comercial, desde que são muitas e complexas as pendências, quase sempre ligadas a protecionismos de um lado e de outro, coisas muito naturais no mercado globalizado e assim mesmo progressivamente atenuadas.
Entretanto, o mais apropriado balanço da viagem está em acentuar as conquistas pontuais para um lado e outro. De nosso lado, a atenção que está sendo dada à qualificação de estudantes brasileiros nos Estados Unidos. As nações que apresentaram maior desenvolvimento nas últimas décadas – como China e Coreia do Sul – percorreram os mesmos caminhos que a presidente Dilma Rousseff acaba de percorrer, particularmente a Universidade de Harvard e o Massachusetts Institute of Technology (MIT), lugares onde é possível encontrar a capacitação que teve – por exemplo – o pernambucano Fábio Thiers, com Ph.D. e dois pós-doutorados nesses dois grandes centros de pesquisas, entrando na relação de profissionais altamente qualificados, dentro mesmo dos Estados Unidos.
De parte do presidente Barack Obama, não poderia ser melhor a sinalização de que o Brasil tem hoje o status de um País preferencial nas relações com os Estados Unidos. Torna-se mais fácil tirar o visto de entrada, que depois do 11 de Setembro havia se transformado numa tortura e a razão para essa atenção generosa é muito visível na onda de brasileiros que despejam bilhões de dólares em Miami e outros centros de consumo. Uma relação de tal forma desejável que a presidente Dilma Rousseff volta de sua rápida viagem com a expectativa, na bagagem, de incluir o Brasil no Programa de Isenção de Vistos, um privilégio hoje reduzido a 36 países de todo o mundo. Isso significa que caminhamos para entrar nessa relação e atribuirmos o princípio da reciprocidade, recebendo os cidadãos norte-americanos sem a exigência do visto.
Se mais não se buscar, podemos admitir, resumidamente, que a viagem de nossa presidente aos Estados Unidos foi muito proveitosa e representou um processo de distensão desejável, sem submissão. O Brasil é hoje o segundo País de maior expressão na geopolítica das Américas, pelo peso de nossa economia, pelo lugar que ocupamos entre os emergentes – o clube dos Brics – e porque já somos capazes de falar e sermos ouvidos, sem que se anteponha às nossas posições qualquer vício ideológico. Apenas a manifestação da nossa soberania. E o que mais emblematicamente poderá representar essa nova relação de nosso País com a nação mais poderosa e, ainda, mais rica do mundo, será, exatamente, o fim do visto obrigatório.
12/4/2012
Há muito tempo o Brasil não esteve tão mais próximo dos Estados Unidos como neste encontro da presidente Dilma Rousseff com o presidente Barack Obama. Formalmente – de acordo com os comunicados diplomáticos sempre muito cautelosos na definição de agendas –, seria apenas uma retribuição à visita que o dirigente norte-americano fez ao Brasil. Na realidade, porém, essa viagem representa um avanço significativo em todas as áreas. Talvez a menos expressiva tenha sido a pauta comercial, desde que são muitas e complexas as pendências, quase sempre ligadas a protecionismos de um lado e de outro, coisas muito naturais no mercado globalizado e assim mesmo progressivamente atenuadas.
Entretanto, o mais apropriado balanço da viagem está em acentuar as conquistas pontuais para um lado e outro. De nosso lado, a atenção que está sendo dada à qualificação de estudantes brasileiros nos Estados Unidos. As nações que apresentaram maior desenvolvimento nas últimas décadas – como China e Coreia do Sul – percorreram os mesmos caminhos que a presidente Dilma Rousseff acaba de percorrer, particularmente a Universidade de Harvard e o Massachusetts Institute of Technology (MIT), lugares onde é possível encontrar a capacitação que teve – por exemplo – o pernambucano Fábio Thiers, com Ph.D. e dois pós-doutorados nesses dois grandes centros de pesquisas, entrando na relação de profissionais altamente qualificados, dentro mesmo dos Estados Unidos.
De parte do presidente Barack Obama, não poderia ser melhor a sinalização de que o Brasil tem hoje o status de um País preferencial nas relações com os Estados Unidos. Torna-se mais fácil tirar o visto de entrada, que depois do 11 de Setembro havia se transformado numa tortura e a razão para essa atenção generosa é muito visível na onda de brasileiros que despejam bilhões de dólares em Miami e outros centros de consumo. Uma relação de tal forma desejável que a presidente Dilma Rousseff volta de sua rápida viagem com a expectativa, na bagagem, de incluir o Brasil no Programa de Isenção de Vistos, um privilégio hoje reduzido a 36 países de todo o mundo. Isso significa que caminhamos para entrar nessa relação e atribuirmos o princípio da reciprocidade, recebendo os cidadãos norte-americanos sem a exigência do visto.
Se mais não se buscar, podemos admitir, resumidamente, que a viagem de nossa presidente aos Estados Unidos foi muito proveitosa e representou um processo de distensão desejável, sem submissão. O Brasil é hoje o segundo País de maior expressão na geopolítica das Américas, pelo peso de nossa economia, pelo lugar que ocupamos entre os emergentes – o clube dos Brics – e porque já somos capazes de falar e sermos ouvidos, sem que se anteponha às nossas posições qualquer vício ideológico. Apenas a manifestação da nossa soberania. E o que mais emblematicamente poderá representar essa nova relação de nosso País com a nação mais poderosa e, ainda, mais rica do mundo, será, exatamente, o fim do visto obrigatório.
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