segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Só vandalismo fez o governo se mexer

A greve dos policiais na Bahia teve de tudo: vandalismo, criação de clima para crimes diversos, invasão de prédio público, depredação do patrimônio da própria PM e até a explícita violação ao direito de ir e vir, com a tomada de ônibus para fechamento de vias.

Mas o pior a constatar no motim é que somente com atos dessa natureza o segmento policial conseguiu ser ouvido pelo Estado, pois outra coisa não significou a reunião do secretário da Segurança Pública com representantes, inclusive oficiais, de “associações que não estão participando do movimento”, como se noticiou.

Ora, são seis as entidades de praças e oficiais, e se somente uma planejou, discutiu e levou à prática a greve, então será preciso uma explicação convincente para o fato de Salvador inteira, salvo raríssimas aparições, ter ficado nos últimos dias privada da circulação de viaturas.

Nessa linha, são escandalosas as informações publicadas hoje em A Tarde sobre o transcurso da tal reunião. Os participantes pediram a regulamentação da GAP V e anistia para os grevistas, garantindo que essas medidas resultariam de imediato no fim do movimento.

“A greve não é de associação nenhuma, nem mais da Aspra”, disse o sargento Agnaldo Pinto, que dirige outra entidade de PMs. Ou seja, o soldado Marcos Prisco foi o ponta-de-lança de uma sublevação que a todos aproveitou.

Por consequência, o governador, que do exterior proibiu que o Estado negociasse com rebeldes, terminou vendo acontecer exatamente o contrário quando o secretário Maurício Barbosa recebeu militares que assumiram a rebeldia – e as reivindicações – de terceiros.

Justiça seja feita ao coronel Edmilson Tavares, outra espécie de “líder sindical”, neste caso apoiado pelo sargento Pinto, ao pedir que sejam punidos pela Justiça os policiais que comprovadamente tenham cometido crimes durante a paralisação. De fato, foram muitos os casos, e a investigação se torna uma exigência social.

Por: Luís Augusto Gomes.

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