A força descomunal da amizade.
Maior que a vida e maior que a morte. Montaigne. Acho que foi Montaigne que escreveu que uma amizade é como a união de dois tecidos tão bem feita que você sequer nota a costura. Montaigne sofreu barbaramente quando morreu seu melhor amigo. Registrou isso em seus clássicos Ensaios. (Atenção: atribuí a frase acima a Montaigne, mas posso estar enganado. Sempre posso estar enganado.)
O amigo nos levanta. O amigo nos suporta. O amigo nos conforta quando temos uma decepção amorosa ou profissional. O amigo sabe falar e, mais que tudo, sabe ouvir. O amigo traz alento quando tudo parece tão sem graça e tão sem sentido. O amigo não compete conosco. O amigo ganha em nossas vitórias e perde em nossas derrotas. Um cínico inspirado certa vez disse que não há amigo que secretamente não se alegre quando algo de ruim nos acontece. Reconheço aí uma frase inventiva e de efeito, mas nada além disso. O amigo é a negação da sentença do cínico inspirado. Sem amizade a vida seria simplesmente insuportável.
Deus deveria ser proibido de nos tirá-los. Os nossos amigos deveriam estar protegidos de todos os males. Deveriam viver felizes para sempre. Ouso dizer que não deveriam sequer envelhecer. Um amigo perdido é uma dor que lateja eternamente.
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