segunda-feira, 30 de maio de 2011

Livro adotado pelo MEC defende “erro”

16 de Maio de 2011
Publicado por Imprensa


Com comentário do Prof. Damásio

“Nós pega o peixe” ou “os menino pega o peixe”. Para os autores do livro de língua portuguesa Por uma Vida Melhor, da Coleção Viver, Aprender, adotado pelo Ministério da Educação (MEC), o uso da língua popular – ainda que com seus erros gramaticais – é válido. A obra também lembra que, caso deixem a norma culta, os alunos podem sofrer “preconceito linguístico”.

Diz um trecho do livro, publicado pela Editora Global: “Você pode estar se perguntando: ‘Mas eu posso falar ‘os livro’?’ Claro que pode. Mas fique atento, porque, dependendo da situação, você corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico. Muita gente diz o que se deve e o que não se deve falar e escrever, tomando as regras estabelecidas para a norma culta como padrão de correção de todas as formas linguísticas”.

O livro foi distribuído pelo Programa Nacional do Livro Didático para a Educação de Jovens e Adultos (PNLD-EJA) a 484.195 alunos de 4.236 escolas, informou o MEC.

Correto e adequado. Em nota enviada pelo Ministério, a autora Heloisa Ramos diz que “o importante é chamar a atenção para o fato de que a ideia de correto e incorreto no uso da língua deve ser substituída pela ideia de uso da língua adequado e inadequado, dependendo da situação comunicativa”. “Como se aprende isso? Observando, analisando, refletindo e praticando a língua em diferentes situações de comunicação”, segue a nota.

Heloisa também afirma que o livro tem como fundamento os “documentos do MEC para o ensino fundamental regular e EJA (Educação de Jovens e Adultos)” e leva em consideração as matrizes que estruturam o Exame Nacional de Certificação de Jovens e Adultos (Encceja).

A Editora Global disse ao Estado, por meio de sua assessoria de imprensa, que é a responsável pela comercialização e pela produção do livro, mas não pelo seu conteúdo.

Fonte: O Estado de S. Paulo
Data: 15/5/2011

Comentário do Prof. Damásio:
É inacreditável, mas há quem entende corretas expressões como “nós pega o peixe”, “os meninos pega o peixe”, “os livro” etc. E chamam a crítica de “preconceito linguístico”. Contou-me um funcionário que seu filho, de 5 anos de idade, corrigiu-o: “Pai, não é nós vamu. É nós vamos”. É, nóis é inutir!

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