terça-feira, 31 de maio de 2011

Juiz absolve acusados de manter prostíbulo

Utilizando-se da música “Geni e o Zepelim”, do cantor e compositor Chico Buarque de Holanda, André Luiz Nicolitt, juiz da 2ª Vara Criminal de São Gonçalo, decidiu por manter uma casa de prostituição no Rio de Janeiro. Em sua decisão, o magistrado absolveu e revogou a prisão dos cinco acusados de manter a casa, bem como de exploração da prostituição alheia. De acordo com André Luiz, não existem menores no caso em questão, mas pessoas adultas e capazes de exercer a venda do sexo como atividade profissional.

Citando Figueireido Dias, o juiz afirma que “a função do direito penal radica na proteção das condições indispensáveis da vida comunitária. Desta forma, só deve incidir sobre os comportamentos ilícitos que sejam dignos de uma sanção de natureza criminal”. Há ainda uma distinção entre direito e moral na sentença ao explicitar que “o moderno direito penal não pode considerar crime condutas que mais se aproximam do pecado, tampouco pode considerar crime condutas socialmente adequadas, como o caso da casa de prostituição e do rufianismo”. Nicolitt destaca ainda que cabe ao juiz, concretizar valores constitucionais e não consagrar moralidades eventuais ou mesmo a hipocrisia.


MEC ´NÃO RECOLHERÁ LIVRO QUE ‘ENSINA ERRADO’

O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira (31) que não exigirá o recolhimento do livro “Por Uma Vida Melhor”, distribuído pelo governo nas escolas públicas, após as polêmicas em torno de parte do seu conteúdo. A obra incentiva professores a aceitarem, por parte de seus alunos, construções incorretas em sala de aula do ponto de vista da gramática vigente, a exemplo de "os livro" e "os peixe", típicas da comunicação oral e informal. Em audiência da Comissão de Educação do Senado, Haddad afirmou que não é possível julgar a obra somente por um trecho isolado. "Eu não posso fazer uma avaliação de um livro com base em uma frase pinçada", considerou. O ministro fez ainda um duro ataque aos críticos da obra, que, segundo ele, fazem as considerações sem terem lido o livro. "Há uma diferença entre o Hitler e o Stálin que precisa ser devidamente registrada. Ambos fuzilavam seus inimigos, mas o Stálin lia os livros antes de fuzilá-los. Essa é a grande diferença. Estamos vivendo, portanto, uma pequena involução, estamos saindo de uma situação stalinista e agora adotando uma postura mais de viés fascista, que é criticar um livro sem ler", apontou. Informações da Veja.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

É da natureza do amor ser refém do destino

No Banquete de Platão, a profetisa Diotima de Mantineia resaltou para Sócrates, com a sincera aprovação deste, que “o amor não se dirige ao belo, como você pensa; dirige-se à geração e ao nascimento no belo”. Amar é querer “gerar e procriar”, e assim o amante “busca e se ocupa em encontrar a coisa bela na qual possa gerar”. Em outras palavras, não é ansiando por coisas prontas, completas e concluídas que o amor encontra o significado, mas no estímulo a participar da gênese dessas coisas. O amor é afim à transcendência; não é senão outro nome para o impulso criativo e como tal carregado de riscos, pois o fim de uma criação nunca é certo.

Em todo amor há pelo menos dois seres, cada qual a grande incógnita na equação do outro. É isso que faz o amor parecer um capricho do destino – aquele futuro estranho e misterioso, impossível de ser descrito antecipadamente, que deve ser realizado ou protelado, acelerado ou interrompido. Amar significa abrir-se ao destino, a mais sublime de todas as condições humanas, em que o medo se confunde ao regozijo num amálgama irreversível. Abrir-se ao destino significa, em última instância, admitir a liberdade no ser: aquela liberdade que se incorpora no Outro, o companheiro no amor. “A satisfação no amor individual não pode ser atingida ... sem a humildade, a coragem, a fé e a disciplina verdadeiras”, afirma Erich Fromm – apenas para acrescentar adiante, com tristeza, que em “uma cultura na qual são raras essas qualidades, atingir a capacidade de amar será sempre, necessariamente, uma rara conquista”.

E assim é uma cultura consumista como a nossa, que favorece o produto pronto para uso imediato, o prazer passageiro, a satisfação instantânea, resultados que não exijam esforço prolongados, receitas testadas, garantias de seguro total e devolução de dinheiro.

A promessa de aprender a arte de amar é a oferta (falsa, enganosa, mas que se deseja ardentemente que seja verdadeira) de construir a “experiência amorosa” à semelhança de outras mercadorias, que fascinam e seduzem exibindo todas essas características e prometem desejo sem ansiedade, esforço sem suor e resultados sem esforço.

Sem humildade e coragem não há amor. Essas duas qualidades são exigidas, em escalas enormes e contínuas, quando se ingressa numa terra inexplorada e não mapeada. E é a esse território que o amor conduz ao se instalar entre dois ou mais seres humanos.


Zygmunt, B.

Homofobia no Senado

19 de Maio de 2011
Publicado por Imprensa

Inclusão de preconceito contra os gays na lei antidiscriminação é saudável, mas arrisca cercear ainda mais liberdade de expressão

Em boa hora a Senadora Marta Suplicy (PT-SP) pediu a retirada do projeto de lei que criminaliza a homofobia da pauta da Comissão de Direitos Humanos (CDH).

Falta serenidade ao debate. E as implicações do texto para as liberdades constitucionais de expressão e de culto a tornam mais necessária do que nunca.

O tema pegou fogo após decisão unânime do Supremo Tribunal Federal (STF), há 12 dias, de considerar como família a união estável de homossexuais. Várias igrejas, inclusive a católica, condenam a homossexualidade como antinatural e pecaminosa. Diante da derrota no STF, esforçam-se por barrar outras iniciativas legais que ampliem a proteção aos gays.

Um dos grupos que sobressaem é a bancada evangélica no Congresso, que conta em torno de 70 Deputados Federais e três Senadores. O projeto de criminalização da homofobia já foi chancelado na Câmara e, caso sobreviva na CDH, ainda terá de passar pela Comissão de Constituição e Justiça.

Se aprovado, o projeto em realidade não criaria uma lei nova. Ele inclui a discriminação por orientação sexual na que trata de crimes por preconceito de raça ou de cor (n. 7.716, de 1989).

O problema maior é antigo, portanto. Está no art. 20 dessa lei (”praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”), que passaria a abranger a orientação sexual.

A amplitude e a indefinição dos termos ergueria uma espada sobre qualquer discurso ou escrito que condene a homossexualidade. Poderia ser acusado de “induzir” a discriminação e, em tese, levar à pena de reclusão por um a três anos, mais multa.

Pior: o § 3.º do artigo faculta ao Juiz, mesmo na ausência de inquérito policial, recolher publicações e cessar transmissões radiofônicas ou televisivas. São dispositivos em flagrante contradição com garantias fundamentais dos arts. 5.º e 220 da Constituição, como a liberdade de expressão e a proibição de censura.

Parlamentares evangélicos temem que o projeto, se aprovado, venha criminalizar a pregação contra os gays. A relatora, contudo, propôs como única modificação ao texto da Câmara que seja aberta exceção para “a manifestação pacífica de pensamento decorrente de atos de fé”.
E se alguém se manifestar pacificamente contra homossexuais, mas não por motivos religiosos? Poderá ser preso, censurado?

A criminalização da homofobia resulta de um impulso nobre, que objetiva proteger pessoas discriminadas pelo que fazem em sua vida privada. Não pode, porém, servir para cercear liberdades que fundamentam a própria convivência civilizada e democrática.

Fonte: Folha de S.Paulo
Data: 17/5/2011




O fim da banalização da prisão preventiva?

Postado por: Carlos Zamith Junior em Direito

Por Marcelo Augusto

Sei que a minha opinião sobre o tema não deve ser a mesma da maioria dos leitores, mas fiquei muito satisfeito com o teor da Lei Federal n. 12.403, de 04 de maio de 2011.

Apesar de não atuar na área penal, em um breve resumo, posso afirmar que a nova lei (que confere nova redação a vários artigos do CPP) permite que o juiz, ao invés de decretar a prisão cautelar (que passa a ser cabível apenas em último caso), adote outras medidas cautelares, muito menos drásticas e danosas, entre as quais:

Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão:

I – comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades;

II – proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações;

III – proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante;

IV – proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a investigação ou instrução;

V – recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos;

VI – suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais;

VII – internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração;

VIII – fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial;

IX – monitoração eletrônica.

§ 1o (Revogado).

§ 2o (Revogado).

§ 3o (Revogado).

§ 4o A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI deste Título, podendo ser cumulada com outras medidas cautelares.” (NR)

Entendo que essa lei privilegia o bem maior de qualquer cidadão que é o sagrado direito de liberdade, além de prestigiar o princípio constitucional da presunção de inocência.

Sei que haverá muita polêmica, mas essa é a minha posição desde sempre.

A lei entrará em vigor 60 dias após a sua publicação oficial


Bahia lidera denúncias de abusos sexuais no país

Campanhas de combate a violência sexual com artistas baianos deram certo no estado

A Bahia é a unidade federativa que mais registra denúncias de abuso sexual contra crianças e adolescentes através do Disque 100, mas, para a promotora de Justiça Márcia Guedes, o número não indica que o estado tenha mais ocorrências que outros, e sim, que a população tem recorrido aos órgãos competentes com mais frequência. Os dados divulgados nesta quarta-feira (18) pela Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH), mostra ainda que em Salvador, das 5.757 denúncias de violência sexual registradas na Delegacia Especializada em Crime Contra Criança Adolescente (Derca), de 2008 a 30 de março de 2011, só 479 foram apuradas. Deste total, apenas 56 procedimentos foram finalizados. Diante do cenário, a magistrada reforça a necessidade de uma estruturação nas delegacias e nas políticas de acompanhamento para que os agressores não fiquem impunes. Na capital baiana, vítimas e familiares podem recorrer ao Projeto Viver, localizado na Avenida Centenário, no prédio do Instituto Médico Legal (IML) ou na Rua Doutor Almeida, na praça Pôr do Sol, em Periperi. O telefone para contato é (71) 3117-6700. Nesta quarta, o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes é lembrado em todo o Brasil.

COMENTÁRIO: BRASIL SOCIEDADE ANÔNIMA

A imprensa volta a denunciar, desta vez através do jornal “O Estadão” o que de fato ocorre no estranho governo da presidente Dilma Rousseff (ler nota abaixo). Seu ministério não está voltado para os interesses públicos, pelo menos exclusivamente, mas sim para o enriquecimento dos seus ministros que constituíram empresas para ganhar dinheiro, muito dinheiro, supostamente (não é incorreta esta ilação) a partir do tráfico de influência, na medida em que conhecem o caminho das pedras dos negócios que permeiam a atividade pública. Começou com a denúncia do fantástico enriquecimento do ministro Chefe da Casa Civil, Antônio Palocci, que multiplicou o seu patrimônio vinte vezes em apenas quatro anos, graças a uma empresa de consultoria, cujos negócios (segundo ele declarados à Receita) não divulga. Os consultores da República (que extrapolam a condição de ministros) já são seis, com mais estes cinco descobertos pelo “Estadão”, na sua edição de hoje, publicando nomes (o BN de igual modo). São os novos guaxinins republicanos que constroem fortunas à sombra do poder. Qual é o empresário peso-pesado que não quer um ministro como consultor? Só os quebrados que não podem pagar os trabalhos de tais consultorias. Mesmo assim, tentam. Cada um pode ter o direito, a regalia, de escolher o ministro-consultor que comanda a pasta da área onde sua empresa atua, de modo que, antecipadamente, eles podem conhecer projetos futuros do governo da União (e dos Estados também) e transferir informações privilegiadas para os seus clientes. O Brasil S.A vai de vento em popa. Cada consultoria atua numa área específica. Antônio Palocci, que havia delatado três ou quatro ex-ministros que também tinham empresas desse perfil nos governos Fernando Henrique, ao fazê-lo os absolveu, pois ele é farinha do mesmo saco. Agora, deve estar mais feliz ainda porque tem, ao seu lado, mais cinco “companheiros” de ministério, de modo que a mídia pode, então, desviar um pouco o seu alvo para mais cinco. O que fará a presidente Dilma, ciosa do seu cargo, com seus ministros-consultores? Dirá como Lula, no escândalo do Mensalão, que não sabia? Ótimo, é uma boa resposta. E agora que sabe o que fará? Deixará todos se lambuzando na grana fácil a partir de informações privilegiadas que podem ser denominada, se assim o leito quiser, de tráfico de influência? Neste País do nunca a corrupção tem várias caras.
(Samuel Celestino)


Irmã Dulce





Irmã Dulce: A minha política é a do amor ao próximo.

26/05/1914, Salvador, (BA)
13/03/1992, Salvador, (BA)

Irmã Dulce, que ao nascer recebeu o nome de Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, era filha do dentista Augusto Lopes Pontes e de Dulce Maria de Souza Brito Lopes Pontes.

Aos 13 anos, depois de visitar áreas carentes, acompanhada por uma tia, ela começou a manifestar o desejo de se dedicar à vida religiosa.

Com o consentimento da família e o apoio da irmã Dulcinha, foi transformando a casa da família num centro de atendimento a pessoas necessitadas.

Em 8 de fevereiro de 1933, logo após se formar professora, Maria Rita entrou para a Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, na cidade de São Cristóvão, em Sergipe. Em 15 de agosto de 1934, aos 20 anos de idade, foi ordenada freira, recebendo o nome de Irmã Dulce, em homenagem à sua mãe.

Sua primeira missão como freira foi ensinar em um colégio mantido pela sua congregação, na Cidade Baixa, em Salvador, região onde também dava assistência às comunidades pobres e onde viria a concentrar as principais atividades das Obras Sociais Irmã Dulce.

Em 1936, ela fundou a União Operária São Francisco. No ano seguinte, junto com Frei Hildebrando Kruthaup, abriu o Círculo Operário da Bahia, mantido com a arrecadação de três cinemas que ambos haviam construído através de doações. Em maio de 1939, irmã Dulce inaugurou o Colégio Santo Antônio, voltado para os operários e seus filhos.

No mesmo ano, por necessidade, Irmã Dulce invadiu cinco casas na Ilha dos Ratos, para abrigar doentes que recolhia nas ruas. Mas foi expulsa do lugar e teve que peregrinar durante uma década, instalando os doentes em vários lugares, até transformar em albergue o galinheiro do Convento Santo Antônio, que mais tarde deu origem ao Hospital Santo Antônio, centro de um complexo médico, social e educacional que continua atendendo aos pobres.

Considerada um "Anjo bom" pelo povo baiano, recebeu também o apoio de pessoas de outros estados brasileiros e de personalidades internacionais. Mesmo com a saúde frágil, ela construiu e manteve uma das maiores e mais respeitadas instituições filantrópicas do país.

Em 1988, irmã Dulce foi indicada pelo então presidente José Sarney, com o apoio da rainha Silvia da Suécia, para o Prêmio Nobel da Paz. Oito anos antes, no dia 7 de julho de 1980, Irmã Dulce ouviu do Papa João Paulo 2o, na sua primeira visita ao país, o incentivo para prosseguir com a sua obra.

Os dois voltariam a se encontrar em 20 de outubro de 1991, na segunda visita do Papa ao Brasil, quando João Paulo 2o fez questão de ir ao Convento Santo Antônio visitar Irmã Dulce, já bastante enferma. Cinco meses depois, no dia 13 de março de 1992, Irmã Dulce morreu, pouco antes de completar 78 anos. No ano 2000 foi distinguida pelo papa João Paulo 2o com o título de Serva de Deus. O processo de beatificação de irmã Dulce está tramitando na Congregação das Causas dos Santos do Vaticano.
Jean Jacques Rousseau sustentava
que em um Estado organizado
existem poucos delinquentes
e que a criminalidade é a
prova de que o pacto social
estaria mal estruturado
e o Estado desorganizado.

Livro adotado pelo MEC defende “erro”

16 de Maio de 2011
Publicado por Imprensa


Com comentário do Prof. Damásio

“Nós pega o peixe” ou “os menino pega o peixe”. Para os autores do livro de língua portuguesa Por uma Vida Melhor, da Coleção Viver, Aprender, adotado pelo Ministério da Educação (MEC), o uso da língua popular – ainda que com seus erros gramaticais – é válido. A obra também lembra que, caso deixem a norma culta, os alunos podem sofrer “preconceito linguístico”.

Diz um trecho do livro, publicado pela Editora Global: “Você pode estar se perguntando: ‘Mas eu posso falar ‘os livro’?’ Claro que pode. Mas fique atento, porque, dependendo da situação, você corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico. Muita gente diz o que se deve e o que não se deve falar e escrever, tomando as regras estabelecidas para a norma culta como padrão de correção de todas as formas linguísticas”.

O livro foi distribuído pelo Programa Nacional do Livro Didático para a Educação de Jovens e Adultos (PNLD-EJA) a 484.195 alunos de 4.236 escolas, informou o MEC.

Correto e adequado. Em nota enviada pelo Ministério, a autora Heloisa Ramos diz que “o importante é chamar a atenção para o fato de que a ideia de correto e incorreto no uso da língua deve ser substituída pela ideia de uso da língua adequado e inadequado, dependendo da situação comunicativa”. “Como se aprende isso? Observando, analisando, refletindo e praticando a língua em diferentes situações de comunicação”, segue a nota.

Heloisa também afirma que o livro tem como fundamento os “documentos do MEC para o ensino fundamental regular e EJA (Educação de Jovens e Adultos)” e leva em consideração as matrizes que estruturam o Exame Nacional de Certificação de Jovens e Adultos (Encceja).

A Editora Global disse ao Estado, por meio de sua assessoria de imprensa, que é a responsável pela comercialização e pela produção do livro, mas não pelo seu conteúdo.

Fonte: O Estado de S. Paulo
Data: 15/5/2011

Comentário do Prof. Damásio:
É inacreditável, mas há quem entende corretas expressões como “nós pega o peixe”, “os meninos pega o peixe”, “os livro” etc. E chamam a crítica de “preconceito linguístico”. Contou-me um funcionário que seu filho, de 5 anos de idade, corrigiu-o: “Pai, não é nós vamu. É nós vamos”. É, nóis é inutir!

É melhor que seja nada, e não pouco, o que antes foi tudo

16/05/2011 por Fabio Hernandez



E então terminou assim.

Você não cuidou de mim e me perdeu.

Espero que me perder não doa em você. Tenho a impressão de que não dói, exceto por alguma coisa localizada nas proximidades do orgulho e do amor próprio.

Coloquemos assim. Que doa o menos possível.

Você refez sua vida, e eu a minha. É sempre isso, não é?

Qual o ponto em fingirmos que é possível ressuscitar um sentimento morto, uma esperança que se perdeu gota a gota no decorrer dos dias em que estivemos juntos?

Amor já não posso dar. Amizade, não quero dar. Uma vez escrevi que é melhor que seja nada, e não pouco, o que anteriormente foi tudo.

E no entanto numa improvável emergência, e só nessa situação, você sabe que farei o possível para ajudar.

Meus planos já estão em outra direção, e os seus imagino também. Minha semente brotará em outro destino, e já não há nada que possamos fazer em relação a isso.

Aprendemos algumas coisas um com o outro.

Fiquemos com isso, que não é pouco.


Óxi tem de ser contido

Postado por: Carlos Zamith Junior em Cotidiano

A notícia de que o óxi avança no território brasileiro agrava um problema já bastante grave. A droga tem efeitos mais devastadores que o crack. Resultado de mistura da pasta base da cocaína com querosene e cal virgem, causa dependência no primeiro uso. Pior: arrasa o organismo com rapidez assustadora. Ataca os rins, rouba o peso, provoca diarreia, vômito e perda dos dentes. O caminho para a morte é rápido e degradante.

Trata-se de questão de saúde pública e segurança que exige providências imediatas. O óxi não é novo. Mas chegou ao país pela fronteira com a Colômbia e a Bolívia em meados da década passada. Manteve-se restrito a estados da Região Norte, onde crianças e jovens o consomem à luz do dia. Em Rio Branco, capital do Acre, a situação assusta autoridades e a população. O vício ameaça atingir a dimensão de epidemia. Mais barata que o crack, a droga atrai rapazes e moças de baixa renda que se mantinham à margem do consumo por motivos financeiros.

Há suspeita de que o óxi tenha atravessado os limites que a mantinham restrita às unidades da Federação situadas no norte do país. Apreensões em Minas Gerais, Bahia e Goiás acenderam a luz vermelha. A polícia aguarda o laudo pericial para confirmar a tragédia. Na capital paulista, agentes do Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) encontraram cerca de mil pedras escondidas em hotel da Cracolândia, região assolada pelo crack. Ali, andrajos humanos perambulam pelas ruas na busca desesperada pelas pedras mortais.

Impõem-se medidas imediatas. Elas precisam conjugar esforços de prevenção, repressão e tratamento. Reforçar a vigilância da fronteira do Brasil com a Bolívia e a Colômbia deve constituir prioridade número um. Não significa se deter com o mesmo cuidado na vasta área. Mas ater-se aos pontos vulneráveis. O crime organizado precisa de bancos, estradas e transporte. É nos municípios dotados de infraestrutura que ele se movimenta. Há que verificar o potencial econômico da cidade para atacar a economia movimentada pela bandidagem.

Mais: é necessário evitar a produção da droga em território nacional. Não se faz cocaína, crack ou oxi sem insumos químicos. A fiscalização deve ser eficaz para evitar a concretização do negócio. Não só. A droga é um dos combustíveis da violência urbana. Rouba-se e mata-se com a naturalidade de quem dá uma volta na praça. O Brasil precisa traçar verdadeira política de combate ao mal. Ela passa por prevenção, repressão e principalmente cuidado com a parte que nos toca. Sem isso, fica o recado do oxi: o pior pode piorar.

Correio Braziliense - 13/05/2011


Ao fundo do poço pelo crack

Postado por: Carlos Zamith Junior em Curiosidades

Não há outra droga que produza um declínio físico e mental maior para o seu usuário quanto o crack. O poder sobrenatural do crack é simplesmente horripilante e avassalador. Crack e desgraça são indissociáveis e quase palavras sinônimas. Relatos dos seus usuários e familiares, fatos policias diários e opiniões de especialistas sobre os efeitos e as conseqüências nefastas da droga podem ser resumidos em três palavras tão básicas quanto contundentes: sofrimento, degradação e morte.As ocorrências no terreno familiar, social e criminal vão caminhando sempre em largas vertentes para dias piores. A vida vivida pelos envolvidos com o vício do crack parece sempre transpor os inimagináveis pesadelosLançando um olhar no passado, o viciado, vê o rumo errado que tomou, mas dificilmente tem força de voltar atrás. Olhando ao futuro somente se lhe afigura a tumba, no entanto continua caminhando em sua direção. O seu presente é só o crack e, esse mal passa a ser o senhor do seu viver, o seu real transformador do bem para o mal, o destruidor da sua família, o aniquilador do seu bem maior.O crack trás a morte em vida do seu usuário, arruína a vida dos seus familiares e vai deixando rastros de lágrimas, sangue e crimes de toda espécie na sua trajetória maligna.O Brasil assistiu recentemente com imensa tristeza e pesar uma reportagem televisiva em que crianças recém nascidas de mães viciadas em crack, são também barbaramente atingidas pelos efeitos nefastos da droga. Nascem como se viciadas fossem, com crises de abstinências, com compulsão à droga, tremores, calafrios e com problemas físicos diversos, principalmente com lesões no cérebro que provavelmente os levarão às demências ou a outros tipos de problemas inerentes, ou seja, uma nova geração de vítimas do crack sem sequer ter consumido a droga por vontade própria. A maioria das mães drogadas também perde o instinto materno e termina doando os seus filhos debilitados.A dimensão da tragédia do crack é difundida nos diversos Estados da Nação através de reportagens jornalísticas que comprovam o retrato devastador em todos os lugares possíveis e imagináveis aonde chegou o filho mortal da cocaína. O crack invadiu grandes e pequenas cidades, periferias e lugares de baixa a alta classe social, municípios, povoados, zona ruralNão bastassem os tristes casos sociais, casos de saúde e os casos criminais diversos envolvendo essa droga avassaladora vividos por uma grande parcela da população brasileira, agora apareceu mais um melancólico caso. Um deprimente e desolador caso em que a mãe trocou a virgindade da sua própria filha de pouco mais de 10 anos de idade por algumas pedras de crack. Entregou a sua filhinha para uma monstruosidade sem precedência. Entregou a inocência de uma criança para um estuprador macabro, desalmado e cruel que também era um traficante de crack. O símbolo do amor puro que está no amor de mãe se rendeu ao poderoso crack.Uma mãe viciada, na histórica cidade de São Cristovão, primeira capital do pequeno, mas bonito e aprazível Estado de Sergipe acabou por ceder a inocência da sua própria filha, uma garotinha que migrava dos 10 para os 11 anos de idade para um desumano estuprador-traficante de drogas no sentido de que o mesmo saciasse a sua frieza sexual animalesca, em troca de algumas pedras de crackO crack agora é capaz também de transpor, de matar o amor de mãe, que é o mais precioso, o mais profundo, o mais verdadeiro, o mais ardoroso, o mais fervoroso amor que pode existirEste impulso sentimental que é o mais sublime dos amores foi superado pela força sobrenatural do crack e, ao invés de confortar, destruiu, degradou, sobretudo desvirtuou o sentido real do amor que aquela mãe tinha pela sua filha. O amor de mãe que não tem ganância, não tem egoísmo, não tem orgulho, não tem o sentido de posse, não tem o princípio de fomentar a maldade e a ignorância do bem, que busca a simplicidade, a humildade e abnegação acima de todas as coisas da matéria foi de tudo ultrajado pelo crackÉ realmente uma triste, trágica e inconcebível realidade ocorrida naquele município que contrasta com o seu povo pacato e ordeiro. É o fundo do poço pelo crack…


Por Archimedes Marques (Delegado de Polícia no Estado de Sergipe. Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Segurança Pública). E-mail: archimedes-marques@bol.com.br